Trevo de Leituras: Dezembro de 2012
Pedzeré Linhas e Cores
de Naná MartinsResenha de Anna Claudia Ramos
il. Mauricio Negro
FTD, 2012
24 p.
Pedzeré, linhas e cores é um texto inspirado em um mito indígena que fala sobre os rituais de pintura corporal. Texto simples, leve, como um sopro de uma história narrada ao redor de uma fogueira.
A índia Pedzeré saía para colher folhas todos os dias. Colhia folhas e cantarolava. Em um desses passeios se distanciou das outras índias e, em meio à cantoria, avistou e se enamorou de um índio de corpo todo pintado, misterioso e lindo. O que Pedzeré não sabia é que o moço misterioso, todo pintado de linhas e cores, era na verdade uma jibóia-arco-íris metamorfoseada em índio.
Quer saber o fim da história? Ah! Qual é a graça de sabermos o fim de uma história antes da leitura? Só lendo mesmo para saber. Mas vale contar que esse livro é um casamento perfeito entre texto e imagem. Por isso é importante ler os dois juntos, porque ambos contam uma história. E tudo porque as ilustrações de Maurício Negro se somam ao texto dando um tom muito especial à história. Em sua biografia, Maurício diz que para ilustrar esse texto ele usou monotipias, pigmentos naturais e recursos digitais. Para quem não sabe, a monotipia é uma técnica de impressão bem simples. Pela monotipia se consegue a reprodução de um desenho ou mancha de cor numa prova única. É possível que Maurício tenha escolhido a técnica da monotipia para fazer uma relação com a pintura do índio: única, singular, monotípica. Bem como ter escolhido usar pigmentos naturais para as ilustrações, tal como os indígenas utilizam esses pigmentos em suas pinturas corporais criando linhas, traços e cores.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que a letra da música que Pedzeré canta está com uma fonte diferente da utilizada no texto. Por que será? Essa é uma boa pergunta para ser feita às crianças e iniciar uma conversa sobre o projeto gráfico de um livro.
Em Pedzeré, linhas e cores, texto e imagens se integram de forma intensa, narrando uma história à parte e abrindo brechas para o leitor imaginar essa jibóia-arco-íris virando índio, virando pintura, virando mito. Vale a leitura!
Um comentário:
Maravilha de obra!
Li, amei e partilhei com meu alunos!
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