15 dezembro 2016

LAPIDA(AÇÃO) LITERÁRIA


A pé sigo pela estrada. A pé é apenas uma força de expressão. Uma pena. Poderia ser fato. A verdade é que seria inviável se levar em consideração o tempo. Danado de tempo! De carro vou mais rápido. A pé vou mais longe. Aceito caminhos convidativos para mesclar o que sinto e o que vou sentir. Emoção é uma porta com a lingueta da maçaneta emperrada. Só o vento sabe se vai empurrá-la para dentro ou para fora. É uma virtude poder alimentar o pensamento. O abastecimento anda escasso. As prateleiras ultimamente servem muita perfumaria. O problema são as fragrâncias que causam desconfortos. No lugar de enjoar arrumo uma forma de verbalizar. Ser o sujeito oculto sem se ocultar é um exercício. Daí (expressão típica do sul), internalizo o ouvir docilidades, o modelar gestos, o registrar dualidades, o pescar sabedorias, o ler um livro de (em) carne viva, o decifrar as tatuagens do tempo, marcas dos temperos amargos aguados em angústias, amor, dor e andanças. A isso chamo momento lapid(ação) literária. 

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Imagem : Google

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